O primeiro debate virtual da Conampe, o Conampe Debate, foi realizado no Zoom e transmitido pelo YouTube, canal Conampe, no dia 30 de abril. O vídeo do debate já teve mais de 74O acessos. Os participantes relataram o que está sendo realizado na área do credito, quais são os gargalos que têm impedido os empreendedores e os empresários das micro e pequenas empresas de ter acesso aos empréstimos e financiamentos e quais as inovações que poderão surpreender e garantir que os pequenos negócios consigam sobreviver e depois, em cenário pós-pandemia, possam contribuir efetivamente para a geração de postos de trabalho, retomada da economia e inclusão social.
A administradora Antonia Tallarida Serra Martins, formada em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas com especialização em liderança internacional pela Georgetown University, secretária Adjunta da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviço e Inovação – SDIC, e subsecretária substituta da Subsecretaria de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato – SEMPE, do Ministério da Economia, falou do empenho das equipes do ministério para encontrar alternativas de emergência para a economia brasileira, de forma muito especial para as microempresas, pequenas empresas e empreendedores individuais, hoje mais de 10 milhões de MEIs.
Antonia relatou reuniões com os bancos, de forma especial com a Caixa, Banco do Brasil e BNDES. A linha de socorro, o Pronampe, deve ser sancionada durante essa semana. Admitiu a necessidade de reduzir a burocracia e as exigências e garantias para que um número maior de micro e pequenas empresas consigam ter acesso ao crédito.
O presidente da Conampe, Ercílio Santinoni, pioneiro no Brasil no movimento em defesa das micro e pequenas empresas, relatou a importância do segmento, que reúne 99,2% das empresas nacionais, hoje responsável por 27% do PIB e 52,2% dos empregos com carteira assinada. Além desses números relevantes, as micro e pequenas empresas têm um enorme poder de transformação social.
Ercílio, que tem trabalhado com as equipes do Ministério da Economia, com o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Portes do Ministério e com o Sebrae, defendeu que as regras para concessão de crédito precisam mudar radicalmente, com normas mais flexíveis e até com metas para os gerentes dos bancos públicos para atendimento às microempresas não bancarizadas ou que não tenham conta corrente com eles, o que hoje não existe e praticamente é um muro entre a necessidade dos empresários e o crédito. Defendeu também a opção do seguro de crédito.
Quebra de paradigma – O empresário e consultor Alcides Andrade também defendeu a flexibilização para concessão do crédito. Assim como Santinoni, lembrou que as empresas negativadas em razão da pandemia não podem ser penalizadas e deve receber crédito do Pronampe.
Alcides mencionou o lucro dos principais bancos brasileiros, em 2019, R$ 81,5 bilhões, o maior da história, bem acima dos R$ 69,1 bilhões de 2018. Lembrou que os bancos emprestam para quem têm garantias e até para quem não precisa de crédito.
Imóveis da União em garantia – Alcides apresentou um dado importante. A União é a maior imobiliária do mundo, dona de 750 mil imóveis que estavam avaliados, antes da crise, em R$ 1,3 trilhão.
Alcides sugeriu que o governo crie uma política pública de aval para empréstimos às micro e pequenas empresas utilizando parte destes milhares de imóveis como garantia. Com isto o crédito poderia ser muito ampliado, favorecendo a sobrevivência das empresas, a manutenção de postos de trabalho e, na retomada da economia, se tornando uma alavanca de crescimento dos negócios e de inclusão e transformação social.
Pronampe – Ercílio Santinoni lembrou que a agricultura, setor importante, mas com menor participação no PIB, em torno de 22%, tem, a muitos anos, o Pronaf. Defendeu que o Pronampe precisa ser ampliado e se tornar permanente, uma política pública efetiva de apoio à microempresa e aos microempreendedores individuais.
A Conampe está acompanhando, passo a passo a sanção presidencial e publicará no site e nas suas redes sociais todas as informações, tão logo sejam anunciadas pela presidência e a equipe econômica.
Inovação – O economista César Rissete, gerente da Unidade de Inovação e Competitividade do Sebrae nacional, falou dos desafios do momento, no Brasil e no mundo. Ele tem participado de reuniões do Sebrae com o governo federal e com entidades representativas, como a Conampe, em busca de soluções para os grandes desafios, no momento focados na sobrevivência das empresas.
A inovação passa a ser a palavra de ordem. Muitas empresas, como por exemplo restaurantes, estão descobrindo a força e a oportunidade do “delivery”. Empresas de confecções encontraram na produção de máscaras uma alternativa.
Em todos os cenários futuros, o associativismo e a inclusão digital são passos fundamentais para as empresas que querem atravessar a crise e se estabelecer com sucesso no mercado pós pandemia.
Associativismo 4.0 – Ercílio Santinoni, Alcides Andrade e César Rissete falaram com entusiasmo sobre o programa que a Conampe está implantando em mais de 10 estados brasileiros. Acesso ao mundo digital e plataforma comercial para novos mercados no país e no exterior, são objetivos a serem alcançados com união, qualificação e inovação.
Veja o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=tk9-IC1CwXk
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Diniz Neto