“Confiança no Brasil”, essa foi a frase que definiu as conclusões da XIX Convenção Nacional da Micro e Pequena Empresa, após palestras, painéis e debates. Na abertura, o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, lembrou que há no país um “entusiasmo” pelo empreendedorismo, que é sem igual no mundo. O presidente da Conampe, Ercílio Santinoni, coordenador geral do evento, afirmou que “a principal tendência para 2023 é acreditar! Seguir em frente, sem desistir, sem retroceder, com coragem e fé em Deus”.
O presidente da Anfac, a Associação Nacional de Fomento Comercial, Luiz Lemos Leite, de 94 anos, fez um relato da história do país, a partir de 1950, afirmando que o Brasil vem avançando, passo a passo, década a década, como resultado do trabalho de brasileiros e brasileiras, com participação crescente e efetiva dos pequenos negócios. Para ele, o trabalho dedicado e sério sempre traz bons resultados.
“Existe algo que independe do ranço político, que é a capacidade de gerar riqueza no Brasil. O governo tem que dar o exemplo e preparar um arcabouço fiscal para eliminar os problemas sociais do país”, afirmou Luiz Lemos Leite.
O jornalista e empreendedor Herivelto Oliveira, vereador em Curitiba, falou do trabalho que vem sendo feito na Câmara de Curitiba para melhorar os ambientes de negócios para as microempresas, MEIs e pequenas empresas. Reafirmou a importâncias das políticas públicas para um segmento que responde pelo trabalho e o sustento de uma grande parcela da população, em todo o país.
Diante do cenário de melhorias e expectativas para o próximo ano, Vitor Tioqueta, diretor técnico do SEBRAE-PR, frisou a necessidade de os pequenos negócios se anteciparem às mudanças de legislação, tributação e outras questões que podem passar pela burocracia. “As MPE são menores e mais rápidas para se adaptarem a mudanças. Quando há um aumento de imposto, sancionamento de uma lei ou tributação de algum serviço, o pequeno empresário precisa entender como aquilo vai impactar seu negócio e se antecipar na adaptação do seu negócio”, aconselhou.
“As MPE estão distribuídas por todo o Brasil, e é por elas que a renda circula pelos municípios. Nos últimos 10 anos houve um grande crescimento do segmento e a tendência é continuar a crescer”, reforçou Tioqueta.
Levantamento do Sebrae mostra que, até setembro de 2022, foram concedidos mais de 390 mil empréstimos às MPE. O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), viabilizou R$ 27,8 bilhões e passou a incluir o microempreendedor individual (MEI) em sua nova fase, desde julho. O Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), gerido pelo Sebrae, bateu R$ 2,9 bilhões, enquanto o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC) atingiu 6,8 bilhões. “Quem garantiu uma estabilidade, ainda que mínima, na mais recente crise, foram as micro e pequenas empresas, os verdadeiros heróis do Brasil. Em outubro, 8 em cada 10 empregos foram gerados por MPE, e 9 em cada 10 novos negócios são MEI ou MPE”, apresentou Luc Pinheiro, diretor técnico do Sebrae/SC.
Independência – Para Ercílio Santinoni, “os cenários e as tendências que se prenunciam não são, absolutamente, decisivos sobre nossas empresas”. Para ele, “a luta, os desafios e, felizmente, as oportunidades, não desaparecem quando os governos mudam. Temos uma pauta de lutas, temos bandeiras que continuares a empunhar e temos a história ao nosso lado e as nossas conquistas como motivos para acreditar que vamos continuar avançando, a passos firmes”.
A condição para isso, para “avançarmos mais e mais rapidamente, é a união, o associativismo, é dar o nosso melhor para as nossas entidades e empresas”. “Nas empresas, temos que crescer na gestão, aprimorar, resolver problemas com realismo e criatividade, inovar e buscar as melhores práticas e a sustentabilidade em cada um dos nossos setores de atividades”.
Ercílio foi taxativo: “A vitória e o sucesso vão continuar sorrindo para os mais dedicados e os mais preparados”.