O Brasil possui mais de 12 milhões de microempreendedores individuais (MEI) formalizados, segundo o Ministério da Economia (ME). Juntos, MEI e micro e pequenas empresas (MPE) representam 99% dos negócios brasileiros, respondem por 30% da produção nacional e são responsáveis por 55% dos empregos gerados no país. Para estes empreendedores, ter acesso a produtos e serviços financeiros com as melhores taxas e condições é uma questão sensível, sobretudo neste momento de queda no faturamento devido à pandemia da Covid-19.
Pensando nisso, o Ministério da Economia (ME) criou o Programa de Simplificação do Acesso a Produtos e Serviços Financeiros para os Pequenos Negócios (CredMEI/CredMPE), que desde o seu lançamento em março do ano passado, atendeu a mais de 100 mil empresários dos 5570 municípios brasileiros. Fábio Silva, coordenador-geral de Empreendedorismo e Artesanato do Ministério da Economia, explica que a iniciativa faz parte da estratégia de transformação digital do governo federal.
“Nós estamos trabalhando para que o Portal do Empreendedor (PE) seja um canal único de atendimento e prestação de serviço para o MEI. Além de se formalizar, os empreendedores podem acessar a esta ferramenta, que estimula a ampliação e adequação da oferta de produtos e serviços financeiros para a MPE e o MEI”, explica o coordenador do CredMEI.
Na prática, o empreendedor cadastra na plataforma os dados pessoais, faz o upload da documentação, pessoal e da empresa, necessária para contratar produtos e serviços financeiros e indica qual é a necessidade do seu negócio. Os dados e documentos são enviados eletronicamente para as instituições financeiras selecionadas pelo empresário, que farão a análise da solicitação.
Em um ano, a ferramenta recebeu mais 600 mil solicitações de produtos e serviços financeiros. Os produtos mais pedidos são capital de giro para ampliar o negócio ou comprar máquinas e equipamentos, abertura de conta corrente e contratação de maquinha de cartão.
“O CredMEI reduz custo de transação, uma vez que toda a documentação é cadastrada na plataforma e enviada eletronicamente para os bancos; e evita que os empreendedores façam idas e vindas às instituições financeiras. Promovemos uma atuação integrada entre quem oferta e quem demanda crédito e serviços”, aponta Fábio Silva.
A solução foi desenvolvida pelo Serpro para o Portal do Empreendedor (PE) e pode ser usada de computadores e celulares. Em um único cadastro no canal digital, o empresário poder solicitar informações sobre as taxas e condições de mais um produto e serviço financeiro, pedido que pode ser encaminhado automaticamente para mais de um banco.
“Num ano atípico, de pandemia, os bancos restringiram seu horário e a forma de atendimento. Então, a ferramenta possibilitou que os MEI e as MPE fizessem as suas solicitações por produto e/ou serviço chegar a uma instituição financeira, já que vão eletronicamente. Reduziu o custo de transação e evitou que ele (empresário) saia da empresa e vá até uma instituição financeira. Se a instituição atuar digitalmente, como os bancos digitais e as fintechs, não precisará nem mesmo ir ao banco para assinar o contrato, faz tudo digitalmente. Tudo isso simplifica muito o dia a dia do empreendedor, que só se preocupará com negociar as taxas e condições, a assinatura dos contratos e o crédito em conta”, destaca Fábio Silva.
É facilidade e comodidade para os empreendedores de micro e pequeno porte, que têm diariamente muitos desafios e obrigações. Tudo feito com o rigor das autorizações e certificações digitais e de legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O presidente da Conampe, Ercílio Santinoni, avalia que o CredMEI e as mudanças no Portal do Empreendedor são avanços para os pequenos negócios. A Conampe apoia os projetos de Empreendedorismo e Artesanato do Ministério da Economia, que têm sido de grande importância e representam melhorias no tratamento diferenciado, favorecido e simplificado a que as microempresas, MEIs e pequenas empresas têm direito constitucional.
Fonte:
Varejo S.A.
Fernanda Peregrino